quarta-feira, 23 de junho de 2010

Nosso povo não canta o hino no dia 7 de setembro, mas sim quando a Seleção joga. É neste momento que sua manifestação cívica é mais ardente

"32 nations, one world watching"

- bono vox


A elasticidade. A força e a precisão. O leve toque nos dedos e o encontro com a trave. Essa cena, capturada por milhares de olhos, repassada por 32 cameras diferentes, em HD, em ultra slowmotion, em 3D. As novidades tecnologicas se unindo ao maior espetáculo do mundo. Nenhum outro evento captura tanto os corações e mentes de todas as nações. Muito se preparou contra roubos, ataques terroristas, guerrilha, mas nada aconteceu. O mundo para durante a Copa.



Claro, muitos vão dizer que a Copa do Mundo de futebol é besteira. Que dão muita importancia para um esporte bobo, de 22 marmanjos correndo atrás de uma bola e isto pode até descambar para o fato de que esporte fede e que não ajuda em nada o mundo e que se movimenta dinheiro demais com uma coisa superflua. No geral, este tipo de argumento é dado por pessoas que não entendem nada do que estão falando, blasés e que costuma se colocar a cima do povo. O futebol é sim um esporte e que ao mesmo tempo deveria ser apenas diversão, prazer, paixão. Mas ao mesmo tempo movimenta massas, movimenta quantias enormes de dinheiro e sem dúvida movimenta a politica de diversos lugares. Prefeitos foram eleitos por torcerem para determinados times, governadores subiram ao poder por construir obras relacionadas, da-se um pouco, recebe-se um pouco e a roda gira. Menosprezar a força deste esporte no mundo é um grande erro. E não falo apenas do pão e circo que dele se espera, mas da capacidade que tem de simplesmente influenciar a todos, de forçar a inovação, de capitalizar.

E não podemos deixar de destacar a beleza. A arte de se jogar, de se tocar bem. A grande visão, as grandes malandragens. O gol de Pelé na final de 58, La mano de Dios e o segundo gol de Maradona na copa de 86 contra os ingleses, os toques geniais para o quarto gol de Carlos Alberto Torres em 70. A seleção de 70, com Pelé, Rivelino, Tostão, Jairzinho, Gerson, todos jogando para frente, a laranja mecanica de 74, a seleção canarinho de 82 de Zico, Falcão, Cerezo, Junior e Sócrates. Os infinitos gols, as zebras, o nó na garganta de cada um, o ato de realmente se sentir parte do país, de ver as ruas coloridas, a felicidade, a tristeza e a emoção de cada um dos jogadores. Em beleza também é bom se destacar os emissoras que aproveitam para mostrar o país sede, a cultura, a arte, o povo. Há tanto para se ver. Ou então programas como o C.O.P.A. (cultura, organização, politica e arte) da ESPN Brasil, que mostra não apenas os mundiais, mas tudo que gira em torno. Riquissimo.

É o evento mais assistido no mundo, ganha das olimpíadas, do mundial de Rugby, do Oscar e da final do American Idol. E sempre marca, sempre deixa memórias boas, memórias ruins, "O que você tava fazendo na hora do gol?", "Aquele Lazaroni...", "Dunga Fd...". Esta agora, na Africa do Sul, está acabando e vai deixar muita história para se contar. Cada seleção joga, no mínimo, 3 jogos e no máximo 7. Sete jogos só e mesmo assim conversas para mais 1, 2, 4 anos. A próxima é aqui, no Brasil e vai ser a nossa vez de mostrarmos que podemos ser melhores como povo, como seres humanos do que parece. Será que conseguimos?