sábado, 18 de setembro de 2010
Expectativas
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Six Feet Under
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Nosso povo não canta o hino no dia 7 de setembro, mas sim quando a Seleção joga. É neste momento que sua manifestação cívica é mais ardente
"32 nations, one world watching"
- bono vox
A elasticidade. A força e a precisão. O leve toque nos dedos e o encontro com a trave. Essa cena, capturada por milhares de olhos, repassada por 32 cameras diferentes, em HD, em ultra slowmotion, em 3D. As novidades tecnologicas se unindo ao maior espetáculo do mundo. Nenhum outro evento captura tanto os corações e mentes de todas as nações. Muito se preparou contra roubos, ataques terroristas, guerrilha, mas nada aconteceu. O mundo para durante a Copa.
Claro, muitos vão dizer que a Copa do Mundo de futebol é besteira. Que dão muita importancia para um esporte bobo, de 22 marmanjos correndo atrás de uma bola e isto pode até descambar para o fato de que esporte fede e que não ajuda em nada o mundo e que se movimenta dinheiro demais com uma coisa superflua. No geral, este tipo de argumento é dado por pessoas que não entendem nada do que estão falando, blasés e que costuma se colocar a cima do povo. O futebol é sim um esporte e que ao mesmo tempo deveria ser apenas diversão, prazer, paixão. Mas ao mesmo tempo movimenta massas, movimenta quantias enormes de dinheiro e sem dúvida movimenta a politica de diversos lugares. Prefeitos foram eleitos por torcerem para determinados times, governadores subiram ao poder por construir obras relacionadas, da-se um pouco, recebe-se um pouco e a roda gira. Menosprezar a força deste esporte no mundo é um grande erro. E não falo apenas do pão e circo que dele se espera, mas da capacidade que tem de simplesmente influenciar a todos, de forçar a inovação, de capitalizar.
E não podemos deixar de destacar a beleza. A arte de se jogar, de se tocar bem. A grande visão, as grandes malandragens. O gol de Pelé na final de 58, La mano de Dios e o segundo gol de Maradona na copa de 86 contra os ingleses, os toques geniais para o quarto gol de Carlos Alberto Torres em 70. A seleção de 70, com Pelé, Rivelino, Tostão, Jairzinho, Gerson, todos jogando para frente, a laranja mecanica de 74, a seleção canarinho de 82 de Zico, Falcão, Cerezo, Junior e Sócrates. Os infinitos gols, as zebras, o nó na garganta de cada um, o ato de realmente se sentir parte do país, de ver as ruas coloridas, a felicidade, a tristeza e a emoção de cada um dos jogadores. Em beleza também é bom se destacar os emissoras que aproveitam para mostrar o país sede, a cultura, a arte, o povo. Há tanto para se ver. Ou então programas como o C.O.P.A. (cultura, organização, politica e arte) da ESPN Brasil, que mostra não apenas os mundiais, mas tudo que gira em torno. Riquissimo.
É o evento mais assistido no mundo, ganha das olimpíadas, do mundial de Rugby, do Oscar e da final do American Idol. E sempre marca, sempre deixa memórias boas, memórias ruins, "O que você tava fazendo na hora do gol?", "Aquele Lazaroni...", "Dunga Fd...". Esta agora, na Africa do Sul, está acabando e vai deixar muita história para se contar. Cada seleção joga, no mínimo, 3 jogos e no máximo 7. Sete jogos só e mesmo assim conversas para mais 1, 2, 4 anos. A próxima é aqui, no Brasil e vai ser a nossa vez de mostrarmos que podemos ser melhores como povo, como seres humanos do que parece. Será que conseguimos?
segunda-feira, 26 de abril de 2010
-273°C
-Izzi Creo
Sem energia.
Sem vontade.
Esperando poder ficar parado, olhar sem vontade para a incrivel tela mágica que troca de imagens sem que eu tenha de me mover. Quem sabe ler. Quem sabe não. Não querendo nenhuma obrigação, nenhuma necessidade de me explicar. Nem um olhar me dizendo que eu estou errado, que eu devia ser mais, fazer mais. Nenhuma voz com um tom de desaprovação. Nada. Um dia, dois, três, mil. Só eu, minha prisão pessoal e nenhuma preocupação.
É fácil deixar a escuridão interior aflorar. É quase como sangue morno que escorre por sobre a ferida. Já não doi mais, já não arde mais. É assim, me deixando levar. "O que você quer?" "Que você não me enxa o saco. Que você não espere nada de mim".
Mas assim se acabam as noites e a nova manhã chega e hora de acordar e fazer tudo que se espera de mim.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Copo meio cheio
- Oh Dae-Su
Dar notícias arrasadoras é uma arte. O tato certo para se falar, o momento, como estar preparado para as mais diferentes reações. A maneira certa de confortar e também de manter a distância. Isso tudo é sempre muito complicado e as pessoas que fazem isso com maestria deveriam sempre ser homenageadas. Mas e quem recebe as notícias? Afinal, depois de dada a notícia, depois de confortada a pessoa da menos pior maneira possível, quem tem de se virar com a dor, com o problema, é quem recebeu a notícia.
O choque de uma notícia ruim nos faz pensar que está tudo acabado, que a vida é sempre ruim com a gente, que não há motivos para continuar se sempre vamos levar na cabeça. "Oh vida, Oh céus, Oh azar". Não é nem se desesperar por pouco, é estar preparado para que as coisas deem certo e elas não darem. O que no geral, se a vida ensina algo por experiência é que as coisas tendem a não dar certo mesmo. A partir dai, temos dois caminhos: Desistir de tudo que se vinha trabalhando, fazendo ou qualquer coisa assim, entrar em depressão e ficar parado ou se levantar e buscar novas saida, fazendo limonada das pedras que lhe foram dadas.
Enquanto quem chora e se desespera tem apoio por algum tempo e depois acabando ficando mais e mais sozinho (novos motivos para chorar e se desesperar), quem se levanta e vai para cima de novo pode nem receber o devido valor de tal atuação, mas sem dúvida tem mais possibilidade de ser aplaudido e de encontrar felicidade. Claro que em ambos os casos há um período de pesar, um momento de introspecção, mas em um este período dura apenas o que deve durar, enquanto no outro isso segue indefinidamente.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Crescer
- harvey dent
Alguns dos melhores filmes para qualquer idade são aqueles como camadas de compreensão. Isso é, quando você tem 12 anos, você assiste ao filme, gosta e entende um certo número de coisas, mas o filme parece completo para você. Ai você conversa com seu pai e seu avô sobre o mesmo filme e descobre que eles viram coisas completamente diferentes das que você viu. Para mim, a vida também é assim.
Não quero dizer que acordo no dia seguinte ao meu aniversário e compreendo coisas que jamais havia percebido, mas sim que esse conhecimento, essa compreensão diferenciada se da a partir de momentos de aprendizado, de quebrar a cara, de introspecção. E como reexaminar sua vida em seu leito de morte e lembrar de como encarava a vida antes, quando criança, quando jovem, quando adulto.
Sempre que passo por um momento destes, de analise da minha vida, me pego lembrando do marinho, de mim como 10, 11 anos. O que eu pensava? O que eu queria para minha vida? Quem eu seria? Como trataria as pessoas e mostraria sempre que me importava? Ah! Como era bonzinho esse menino. Como era preocupado em fazer do mundo um lugar melhor para todos e como o dia a dia, os anos, os dívidas, o trabalho, as marcas o mudaram. Muitas e muitas vezes a vida te propcia momentos em que você pode se perder, esquecer quem você é, se deixar levar. Os dias se acumulam e não param de vir, como as chicotadas de um carrasco e quando você consegue parar para respirar é que percebe o quanto passou e o quanto a vida e a realidade está distante daquilo que você se propôs lá atras, quando ainda era um menininho cheio de sonhos e vontades.
Seria interessante se todos pudéssemos levar uma versão minituara nossa da infância, como um pocket mini-me, e que a cada decisão pudéssemos olhar para ele e ver o que ele acharia que deveríamos fazer. Acho que se o meu olhasse para mim hoje estaria decepcionado e sem acreditar na letargia e nas dificuldades que eu me deixo passar. E o seu? Estaria satisfeito?